Porcelana no estilo Rococó
Móveis no estilo Rococó
Pintura
Nas pinturas do estilo rococó são
exuberantemente retratadas imagens representando ambientes em jardins,
interiores luxuosos, parques e imagens mundanas. Com pinceladas rápidas, leves
e curtas, desenhos decorativos, tonalidades claras e luminosas em que
predominam os tons de rosa, azuis, verdes e lilases, o tédio e a melancolia são
os estados emocionais que geralmente contextualizam os quadros do rococó.
A técnica
do pastel é bastante utilizada nas pinturas do Rococó. É um giz colorido,
pastoso e aderente, feito com terras bem moídas passa a ser bastante utilizada.
Aplica-se o pastel sobre o papel rugoso ou com a superfície áspera ou mesmo
sobre camurça, especialmente em retratos, pois se presta com facilidade à
expressão de certos efeitos de delicadeza e leveza dos tecidos, maciez da pele
feminina, destaques dos cabelos com luzes e brilhos.
Os principais temas são o galante da vida cortesã e
cenas eróticas, alusões ao teatro da época, molduras, motivos religiosos, farta
estilização naturalista e demonstração conseguinte da natureza morta. A arte
Rococó representa também à fragilidade e efemeridade da classe cujos interesses
e espírito estão fielmente expressos.
Antoine Watteau, (1684-1721).
As figuras e cenas de
Watteau se converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que durante
muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do artista para a pintura do
século XIX. Em suas obras enaltecia a burguesia, classe ascendente na época.
François Boucher, (1703-1770).
As expressões ingênuas e maliciosas de suas numerosas
figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e sensuais
não evocavam a solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo Rococó.
Além dos quadros de caráter mitológico o artista pintou sempre com grande perfeição, alguns retratos paisagens,
Âmbitos de convívio da época. Seus personagens são joviais e parecem dedicados
ao gozo das coisas boas da vida, à busca
de uma cultura perfeita e da alegria de um viver tranquilo. Mas é indisfarçável
dentre as obras uma nota de melancolia, ar de tédio em meio ao prazer.
Arquitetura
A Arquitetura do estilo artístico Rococó
demonstrou a sociedade da época vigente e das posteriores. Rica em detalhes, de
uma forma, muitas vezes, assimétrica, caracterizada por cores vivas,
substituídas por tons pastéis, dando um ar de leveza e pureza às construções. E
também a abertura dos edifícios, o que permitia a entrada de luz e deixava o
ambiente mais claro com linhas curvas, laços, flores.
Na arquitetura de palácios, havia as
preocupações dos criadores com os locais onde, de certa forma, a sociedade
aproveitava incessantemente à vida e seus prazeres. As decorações eram
molduradas em formas de argolas e folhas definindo um ideal de tranquilidade.
Principalmente nas igrejas, era comum a
produção de efeito ilusório, introspectivo no teto das edificações, muitos
arquitetos da época conseguiram detalhar a parte superior dos locais passando a
impressão de que o alto era o céu. Assim em qualquer edificação do Rococó que o
observador entre, percebe um ambiente de extrema leveza.
1-Igreja de Peregrinação de Wies Dominikus Zimmermann (XVIII)
2- Igreja de Vierzehnheiling Johann
Balthasar Neumann (XVIII)
3-Palácio Daun-Kinsky (XVIII) Johann
Lucas von Hildebrandt
Principal artista: Johann Michael
Fischer (1692-1766) Mestre do estilo rococó, responsável por muitos edifícios
na Baviera. Restaurou palácios, mosteiros e igrejas.
A arquitetura dos irmãos
Asam é fundamental dentro do rococó. O paradigma do salão rococó é a Kaisersaal
do Palácio de Wurzburg, onde a ornamentação mostra um elegância e extravagancia quase quebradiça, tamanha os detalhes.
A Kaisersaal do Palácio
de Wurzburg.
Pintura de Antonio Zoppi
– Rococó
Na pintura de Antônio
Zoppi, podemos observar a presença de várias características do Rococó, como os
elementos decorativos nas roupas dos personagens (rendas e babados), nas
cadeiras (curvas), no piano (decorações em forma de concha) e no cenário em
geral. A pintura foi toda feita em tons pastéis, trazendo leveza e elegância ao
retrato; Por esse motivo, é um quadro que poderia decorar qualquer tipo de
ambiente. Outra coisa que podemos perceber, é que mal podemos notar a diferença
entre luz e sombra, pois a luz difusa – luz que incide sobre todo o objeto que
está sendo retratado na gravura – era bastante explorada nesse estilo.
Os personagens estão com
expressões tranquilas; enquanto um deles toca violoncelo, outro toca piano ao
galantear uma moça com um suave beijo na mão, tal ato de prazer junto ao
desenho de seu vestido, que mostra os ombros, traz certa sensualidade ao quadro
que não podemos deixar de comentar, uma vez que uma das principais
características da pintura Rococó era o erotismo presente nas gravuras. A
riqueza excessiva de detalhes também é uma característica que se manteve desde
o Barroco – os elementos em formato de concha na decoração do piano, da parede,
das cadeiras, dos móveis e do relógio também podem ser claramente identificados
como uma característica do Rococó.
Conclusão
O Rococó, além de um estilo muito influente, tinha
características que o distinguiam de seu movimento antecessor, o Barroco.
Buscava sempre trazer aos olhos do observador a elegância em traços simples,
porém incisivos na exploração dos sentimentos menos incubados no conceito
religioso que o barroco trazia quase obrigatoriamente.
Comumente trazendo à tona a defloração aristocrática,
explorava a exposição artística de uma sociedade ascendente com ideais da
alegria em seu ápice, descontados os momentos quase sarcásticos de tédio e
melancolia nas personagens retratadas com leveza nas pinturas, que muitas vezes
utilizavam a técnica em pastel, que permitia maior suavidade nos traços.
Quase um diário do estado emocional e do contexto que
abrigava a classe dominante da época, o período também teve sua participação na
arquitetura, que esbanjava detalhes sem tornar o ambiente pesado e rústico,
tinha um ar de serenidade obrigatório. As conchas e rochas eram representadas
em formas que buscavam sempre a elegância eminente.
Nas esculturas da época, menos simétricas e
perfeccionistas que no Barroco (igualmente nas pinturas), tinham o histórico de
inovação por meio dos materiais que permitiam estatuetas no estilo sem perder a
classe. Nota-se um abandono da seriedade e abre-se um espaço para a
libertinagem quase indisfarçável de figuras mitológicas, de retratos
corriqueiros da sociedade campestre e cortesã.
Tal estilo, gerado na França por volta do século XVIII
tinha a fama de ser um desdobramento estético do estilo Barroco, descontraindo
a formalidade sistêmica do mesmo e atraindo os olhares para um mundo até então
selado pela imponência de um antecessor regado de regras que aos poucos foram
se desfazendo em uma sociedade com contexto mais carnal, porém não deixando de
lado os valores sentimentais e a beleza alheia da perfeição imposta.
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