segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estética e História da Arte - Rococó Parte II



Porcelana no estilo Rococó 




















Móveis no estilo Rococó















   Pintura

    Nas pinturas do estilo rococó são exuberantemente retratadas imagens representando ambientes em jardins, interiores luxuosos, parques e imagens mundanas. Com pinceladas rápidas, leves e curtas, desenhos decorativos, tonalidades claras e luminosas em que predominam os tons de rosa, azuis, verdes e lilases, o tédio e a melancolia são os estados emocionais que geralmente contextualizam os quadros do rococó.  
   A técnica do pastel é bastante utilizada nas pinturas do Rococó. É um giz colorido, pastoso e aderente, feito com terras bem moídas passa a ser bastante utilizada. Aplica-se o pastel sobre o papel rugoso ou com a superfície áspera ou mesmo sobre camurça, especialmente em retratos, pois se presta com facilidade à expressão de certos efeitos de delicadeza e leveza dos tecidos, maciez da pele feminina, destaques dos cabelos com luzes e brilhos.      










Os principais temas são o galante da vida cortesã e cenas eróticas, alusões ao teatro da época, molduras, motivos religiosos, farta estilização naturalista e demonstração conseguinte da natureza morta. A arte Rococó representa também à fragilidade e efemeridade da classe cujos interesses e espírito estão fielmente expressos.
Antoine Watteau, (1684-1721). 



   As figuras e cenas de Watteau se converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que durante muito tempo obscureceu a verdadeira contribuição do artista para a pintura do século XIX. Em suas obras enaltecia a burguesia, classe ascendente na época.
François Boucher, (1703-1770).



    As expressões ingênuas e maliciosas de suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidade clássica, mas a alegre descontração do estilo Rococó. Além dos quadros de caráter mitológico o artista pintou sempre com grande perfeição, alguns retratos paisagens, Âmbitos de convívio da época. Seus personagens são joviais e parecem dedicados ao gozo das coisas boas da vida,  à busca de uma cultura perfeita e da alegria de um viver tranquilo. Mas é indisfarçável dentre as obras uma nota de melancolia, ar de tédio em meio ao prazer.

Arquitetura
   A Arquitetura do estilo artístico Rococó demonstrou a sociedade da época vigente e das posteriores. Rica em detalhes, de uma forma, muitas vezes, assimétrica, caracterizada por cores vivas, substituídas por tons pastéis, dando um ar de leveza e pureza às construções. E também a abertura dos edifícios, o que permitia a entrada de luz e deixava o ambiente mais claro com linhas curvas, laços, flores.
   Na arquitetura de palácios, havia as preocupações dos criadores com os locais onde, de certa forma, a sociedade aproveitava incessantemente à vida e seus prazeres. As decorações eram molduradas em formas de argolas e folhas definindo um ideal de tranquilidade.
   Principalmente nas igrejas, era comum a produção de efeito ilusório, introspectivo no teto das edificações, muitos arquitetos da época conseguiram detalhar a parte superior dos locais passando a impressão de que o alto era o céu. Assim em qualquer edificação do Rococó que o observador entre, percebe um ambiente de extrema leveza.

1-Igreja de Peregrinação de Wies Dominikus Zimmermann (XVIII)



2- Igreja de Vierzehnheiling Johann Balthasar Neumann (XVIII)



3-Palácio Daun-Kinsky (XVIII) Johann Lucas von Hildebrandt




Principal artista: Johann Michael Fischer (1692-1766) Mestre do estilo rococó, responsável por muitos edifícios na Baviera. Restaurou palácios, mosteiros e igrejas.
     A arquitetura dos irmãos Asam é fundamental dentro do rococó. O paradigma do salão rococó é a Kaisersaal do Palácio de Wurzburg, onde a ornamentação mostra um  elegância e extravagancia  quase quebradiça, tamanha  os detalhes.


A Kaisersaal do Palácio de Wurzburg.




Pintura de Antonio Zoppi – Rococó



     Na pintura de Antônio Zoppi, podemos observar a presença de várias características do Rococó, como os elementos decorativos nas roupas dos personagens (rendas e babados), nas cadeiras (curvas), no piano (decorações em forma de concha) e no cenário em geral. A pintura foi toda feita em tons pastéis, trazendo leveza e elegância ao retrato; Por esse motivo, é um quadro que poderia decorar qualquer tipo de ambiente. Outra coisa que podemos perceber, é que mal podemos notar a diferença entre luz e sombra, pois a luz difusa – luz que incide sobre todo o objeto que está sendo retratado na gravura – era bastante explorada nesse estilo.


      Os personagens estão com expressões tranquilas; enquanto um deles toca violoncelo, outro toca piano ao galantear uma moça com um suave beijo na mão, tal ato de prazer junto ao desenho de seu vestido, que mostra os ombros, traz certa sensualidade ao quadro que não podemos deixar de comentar, uma vez que uma das principais características da pintura Rococó era o erotismo presente nas gravuras. A riqueza excessiva de detalhes também é uma característica que se manteve desde o Barroco – os elementos em formato de concha na decoração do piano, da parede, das cadeiras, dos móveis e do relógio também podem ser claramente identificados como uma característica do Rococó.



Conclusão
     O Rococó, além de um estilo muito influente, tinha características que o distinguiam de seu movimento antecessor, o Barroco. Buscava sempre trazer aos olhos do observador a elegância em traços simples, porém incisivos na exploração dos sentimentos menos incubados no conceito religioso que o barroco trazia quase obrigatoriamente.
         Comumente trazendo à tona a defloração aristocrática, explorava a exposição artística de uma sociedade ascendente com ideais da alegria em seu ápice, descontados os momentos quase sarcásticos de tédio e melancolia nas personagens retratadas com leveza nas pinturas, que muitas vezes utilizavam a técnica em pastel, que permitia maior suavidade nos traços.
       Quase um diário do estado emocional e do contexto que abrigava a classe dominante da época, o período também teve sua participação na arquitetura, que esbanjava detalhes sem tornar o ambiente pesado e rústico, tinha um ar de serenidade obrigatório. As conchas e rochas eram representadas em formas que buscavam sempre a elegância eminente.
   Nas esculturas da época, menos simétricas e perfeccionistas que no Barroco (igualmente nas pinturas), tinham o histórico de inovação por meio dos materiais que permitiam estatuetas no estilo sem perder a classe. Nota-se um abandono da seriedade e abre-se um espaço para a libertinagem quase indisfarçável de figuras mitológicas, de retratos corriqueiros da sociedade campestre e cortesã.
       Tal estilo, gerado na França por volta do século XVIII tinha a fama de ser um desdobramento estético do estilo Barroco, descontraindo a formalidade sistêmica do mesmo e atraindo os olhares para um mundo até então selado pela imponência de um antecessor regado de regras que aos poucos foram se desfazendo em uma sociedade com contexto mais carnal, porém não deixando de lado os valores sentimentais e a beleza alheia da perfeição imposta.
















 


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